Votação - provérbio do mês de JANEIRO
Avaliadas pelo juri, com base na originalidade e fundamentação apresentada, as 8 “novas” propostas que pretendem dar a volta ao texto a antigos provérbios, a votação, entre 1 e 7 de fevereiro de 2024 são:
# Provérbios a votação (por ordem cronológica de chegada):
“As mulheres são como autocarros, quando um parte, outro chega.”
Este provérbio dá a entender que as mulheres não têm qualquer significado para os homens e podem ser trocadas facilmente. No passado, o papel da mulher, era ficar em casa a trabalhar, mas atualmente a mulher, em Portugal tem os mesmos direitos que os homens, embora em alguns países a mulher ainda seja tratada como um objeto. A mulher é um ser humano e deve ser tratado como tal. Os direitos humanos já são respeitados em alguns países, mas devem ser em todos, porque é preciso haver respeito de ambas as partes: homens e mulheres.
#”As mulheres são como obras de arte, todas únicas e valiosas.”
"É bem casada a que não tem sogra nem cunhada."
O provérbio significa que as mulheres não se entendem entre si, pelo que há sempre a tendência para se intrometerem na vida do casal. O provérbio deve ser reescrito, pois as características apresentadas não respeitam a individualidade, pois não devemos tomar a parte pelo todo.
#"Corre bem o casamento em que há concordância e sentimento."
“Nem o rouxinol de cantar, nem a mulher de falar”
Este provérbio sugere que tanto o rouxinol cantar como a mulher falar são comportamentos naturais e excessivos, perpetuando estereótipos que limitam a expressão e liberdade feminina. No provérbio reescrito, o canto do rouxinol passa de um comportamento excessivo e irritante para um que simboliza harmonia e liberdade. Além disso, a comparação entre a fala da mulher e o canto do rouxinol reforça a ideia de liberdade da expressão feminina e, por conseguinte, a ideia do mundo a prosperar.
#"O rouxinol a cantar, a mulher a falar e o mundo a prosperar."
“Cresce o ovo bem batido como a mulher com bom marido.”
Neste provérbio está representada a objetificação da mulher, bem como a anulação das suas dimensões intelectuais e sociais. A sobrevalorização do homem por contraponto à menorização da mulher pretende evidenciar que a afirmação da mulher dependerá sempre da figura masculina. Hoje em dia, na era da Igualdade de Género, este estereótipo está ultrapassado, tal como é evidenciado na Declaração Universal Dos Direitos Humanos, outrora erradamente designada Declaração Universal dos Direitos do Homem.
#“Boa mulher e bom marido crescem no mesmo sentido.”
“A mulher é um animal de cabelo comprido e entendimento curto.”
Este provérbio não faz qualquer sentido, sendo até ofensivo, na medida em que considera a mulher como um ser destituído de inteligência, cujo único atrativo é o cabelo, valorizando-se os aspetos físicos e não os intelectuais, que eram desvalorizados e até considerados impróprios para as mulheres. Ao longo dos séculos as mulheres foram sempre vistas como seres inferiores, incapazes de cuidarem de si próprias e de tomarem as suas próprias decisões, tendo que ser sempre supervisionadas por um homem, aquelas que conseguiam assumir algum papel mais preponderante eram vistas com desconfiança e algumas eram até acusadas de bruxaria ou repudiadas pela sociedade.
#“A mulher é um ser completo e com entendimento perfeito.”
“O homem pensa, a mulher dá que pensar.”
Consideramos que este provérbio é machista e não reflete a igualdade de género, por duas razões: a primeira prende-se com o facto de assumir que só os homens pensam, não valorizando, como tal, as opiniões e pensamentos das mulheres; a segunda pode remeter para o “mistério” que é cada mulher (“dá que pensar”), mas também para uma visão negativa das mulheres - “dão que pensar”, porque escondem sempre algo, não são diretas e honestas.
#“Mulher e homem, juntos a pensar, o mundo a progredir e a avançar!”
“De nenhuma mulher há que fiar e de todo o homem há que temer”
Este provérbio reflete uma sociedade desigual, onde as mulheres são desvalorizadas, consideradas como seres inferiores e que não são dignas de confiança, enquanto os homens detêm o poder sob o jugo da força e do temor. A confiança deve existir entre os homens e as mulheres e deve ser alicerçada no respeito mútuo e na honestidade. As mulheres têm dado mostras de que são intelectual e fisicamente capazes de exercer as mesmas funções do que os homens e que têm igualmente a capacidade de tomar decisões e de exercer cargos de chefia, sem recurso à intimidação. Na sociedade atual, a liderança pode e deve ser exercida por homens e mulheres capazes e merecedores de confiança, por homens e mulheres que defendem uma sociedade mais justa, por homens e mulheres que se debatem contra estereótipos enraizados e discriminatórios. A mudança de mentalidades não acontece repentinamente e nem sempre é fácil desconstruir preconceitos que se arrastam há várias gerações, mas sentimos que é absolutamente necessário reformular este provérbio, contribuindo para a igualdade de género e para a construção de uma sociedade onde os homens e as mulheres têm as mesmas oportunidades, os mesmos direitos e os mesmos deveres.
#”Do homem e da mulher há que fiar para juntos poderem governar.”
“De nenhuma mulher há que fiar e de todo o homem há muito que temer.”
O provérbio enfatiza aspetos negativos tanto para a mulher como para o homem uma vez que preconiza a ideia de que se deve desconfiar sempre das mulheres e, no caso dos homens, que há que recear do que poderão fazer, pressupondo a ideia de masculinidade e de que devem atuar na base da força e da sua superioridade. Assim, este provérbio mantém a ideia da desigualdade de poder e da desconfiança na mulher e deve ser eliminado para que a crença na superioridade masculina seja desenraizada da nossa cultura. Os novos ditados populares devem aludir à igualdade de género e devem transmitir valores que sejam promotores de uma sociedade mais justa e igualitária.
#”De mulher e homem nenhum medo se deve ter, a confiança e o respeito têm que prevalecer!”