Votação - provérbio do mês de MAIO
Face ao calendário letivo, tivemos de antecipar a cerimónia final, de entrega de prémios e certificados, para o final deste mês. A mesma decorrerá no dia 28 de maio em Matosinhos.
Assim, não era possível recolher provérbios durante este mês.
Vamos assim, promover, entre o dia 8 de maio e o dia 11 de maio, a eleição do provérbio de maio, colocando a votação os provérbios que ficaram em 2º lugar em cada um dos meses, de novembro a abril.
novembro
“Mulher é como bolacha, pois em todo lugar se acha!”
Se através dos provérbios se transmite cultura e se molda a maneira de pensar, este tipo de provérbio incentiva à discriminação em relação à posição da mulher na sociedade. Este tipo de provérbio retrata uma forma discriminatória de olhar para a mulher. É como se o facto de ser mulher a colocasse numa posição inferior à do homem. É uma frase que defende a superioridade e o privilégio dos homens. A frase utiliza uma comparação muito redutora da figura feminina, banaliza-a. As mulheres têm provado e comprovado a sua plena capacidade para assumir responsabilidades iguais ou superiores às dos homens, mas este tipo de ditados populares mantém o mesmo grau de preconceito, por isso propomos a sua alteração.
# “Mulher é mulher, no lugar que ela quiser!”
dezembro
“Os filhos das minhas filhas, meus netos são; Os dos meus filhos sê-lo-ão ou não.”
O provérbio destaca a ideia de que a relação com os netos pode variar dependendo de quem são os pais (filhos ou filhas), sugerindo que, enquanto a relação avoenga das filhas é clara e inquestionável, a relação com os netos dos filhos pode ser mais sujeita a considerações adicionais ou a circunstâncias específicas. Pode refletir nuances nas dinâmicas familiares e nas expectativas culturais associadas aos papéis do homem e da mulher na família. O provérbio pode ser considerado sexista ao perpetuar e reforçar estereótipos de gênero. A dúvida sobre quem possa ser o pai da criança colocou a mulher numa posição de híper vigilância por parte da família e da sociedade, como garantia da linhagem masculina. Isso reflete uma visão tradicional que muitas vezes limita as oportunidades e define papéis específicos para homens e mulheres, contribuindo para a manutenção de estereótipos de gênero. Essa versão modificada do provérbio apresenta uma abordagem mais inclusiva e equitativa, contribuindo para uma visão menos sexista das relações familiares. Reconhece-se explicitamente que a afeição e a devoção são as mesmas, independentemente do gênero dos pais. Trata-se de uma possibilidade que atribui mais liberdade à mulher, pois para efeitos de afeto é irrelevante quem possa ser o pai da criança. Desta forma, promove-se uma visão mais saudável das relações familiares e desafiam-se os estereótipos de género.
# “Os filhos das minhas filhas, netos amados são. Os dos meus filhos também, com igual devoção.”
janeiro
“Nem o rouxinol de cantar, nem a mulher de falar”
Este provérbio sugere que tanto o rouxinol cantar como a mulher falar são comportamentos naturais e excessivos, perpetuando estereótipos que limitam a expressão e liberdade feminina. No provérbio reescrito, o canto do rouxinol passa de um comportamento excessivo e irritante para um que simboliza harmonia e liberdade. Além disso, a comparação entre a fala da mulher e o canto do rouxinol reforça a ideia de liberdade da expressão feminina e, por conseguinte, a ideia do mundo a prosperar.
# "O rouxinol a cantar, a mulher a falar e o mundo a prosperar."
fevereiro
“Um mau marido é sempre um bom pai, uma má esposa nunca é uma boa mãe!”
Se através dos provérbios se transmite cultura e se molda a maneira de pensar, este tipo de provérbio incentiva à desigualdade entre a mulher e o homem no desempenho do mesmo papel. Este tipo de provérbio retrata uma forma discriminatória de olhar para a mulher e até desculpa, de certa forma, a violência doméstica. A base para qualquer relacionamento saudável, seja familiar, social, profissional, deve incluir cuidado, afeição, reconhecimento, respeito, confiança e comprometimento e isso é válido para homens e mulheres. É necessário perceber que um mau marido não pode ser um bom pai, pois se há violência numa relação, esta vai deixar certamente marcas nos filhos. Por isso propomos a alteração do provérbio.
# “Ser bom pai ou boa mãe exige dedicação, antes de tudo, há que ser bom cidadão!”
março
“O homem vence pela coragem, a mulher pelo carinho.”
Este provérbio não faz sentido atualmente e descrimina as pessoas em função do seu género. Noutros tempos, as emoções e a sensibilidade eram características atribuídas ao sexo feminino, enquanto que a coragem era apanágio dos homens. Atualmente, tanto os homens como as mulheres enfrentam as dificuldades da vida com coragem e devem mostrar as suas emoções, o que os torna mais verdadeiros perante o outro.
# “Com coragem e carinho, mulheres e homens conseguirão levar a água ao seu moinho.”
abril
“A casa é das mulheres e a rua é dos homens.”
O provérbio significa que, antigamente, as mulheres ficavam em casa a fazer as tarefas domésticas como cuidar dos filhos, lavar a roupa e a louça, cozinhar, entre outras. Os homens iam ganhar o dinheiro que a família precisava para viver, trabalhando fora de casa. Além disso, os elementos masculinos também se podiam divertir fora de casa enquanto a mulher tinha de ficar sempre no espaço do lar. Hoje em dia, os homens e as mulheres tanto fazem as tarefas domésticas como saem à rua para trabalhar e ganhar o dinheiro que precisam para a família.
# “Homens e mulheres juntos a trabalhar fazem uma equipa a dobrar.”