Votação - provérbio do mês de ABRIL
Avaliadas pelo juri, com base na originalidade e fundamentação apresentada, as 8 “novas” propostas que pretendem dar a volta ao texto a antigos provérbios, a votação, entre 2 e 7 de maio de 2024 são:
# Provérbios a votação (por ordem cronológica de chegada):
“Formosura de mulher não enriquece o homem”
Este provérbio é uma expressão que demonstra uma ideia negativa em relação ao significado de uma qualidade (a formosura – beleza) que uma mulher tem. Em nada está relacionado com o ganho material de alguém, seja homem ou mulher. Isto é, a beleza é um valor, uma qualidade que aumenta a estima, a confiança e o gosto em si mesmo. O provérbio vem desencorajar a mulher a não ter um papel de estima, poder e confiança nela própria. Apela ainda à submissão e desmoralização da mulher na dependência em relação ao homem, quer ao nível económico, quer ao nível social. O enriquecimento deve acontecer a partir do trabalho e esforço de cada um, não à conta de um atributo/qualidade que, neste caso, reduz o papel da mulher e promove a desigualdade entre ambos os géneros (Machismo).Neste provérbio, o papel da mulher na sociedade está a ser desvalorizado e, mesmo que seja uma frase tradicional, tal como muitas outras, deve ser rejeitada e erradicada para que ninguém siga as máximas deste tipo de provérbios.
# Formosura de mulher é um valor que a própria quer. Estimar e respeitar, todos a devem apoiar.
"O que o marido proíbe a mulher o quer."
Neste provérbio está bem explícito que quem manda, quem decide, é o homem (marido). E mais, dá a entender que a mulher quer tudo o que o homem não quer, como se ela gostasse de ser do contra ou não tivesse noção do que queria e fosse uma tonta sem direito à sua opinião e vontade.
# O marido e a mulher ao dialogar hão-de conseguir a algum lado chegar.
"A mulher casada o marido lhe basta."
Antigamente, quando as mulheres casavam, tinham de se contentar com o facto de estarem dependentes do marido para o sustento da casa. A esposa tinha de lhe retribuir, fazendo todas as tarefas de casa e realizando todos os seus pedidos. É necessário alterar o provérbio, pois, hoje em dia, para se ter um relacionamento saudável, devem-se distribuir as tarefas e obrigações entre os dois elementos do casal.
#A mulher casada ou sem parceiro vive sempre por inteiro.
"A casa é das mulheres e a rua é dos homens."
O provérbio significa que, antigamente, as mulheres ficavam em casa a fazer as tarefas domésticas como cuidar dos filhos, lavar a roupa e a louça, cozinhar, entre outras. Os homens iam ganhar o dinheiro que a família precisava para viver, trabalhando fora de casa. Além disso, os elementos masculinos também se podiam divertir fora de casa enquanto a mulher tinha de ficar sempre no espaço do lar. Hoje em dia, os homens e as mulheres tanto fazem as tarefas domésticas como saem à rua para trabalhar e ganhar o dinheiro que precisam para a família.
# Homens e mulheres juntos a trabalhar fazem uma equipa a dobrar.
"Os homens são o diabo, não há mulher que o negue. Mas todas elas procuram um diabo que as carregue."
Neste provérbio podemos verificar que na primeira parte que fala “Os homens são o diabo (...)”, indica que a mulher associa o homem a algo negativo. Logo de seguida, na parte onde diz “(...) não há mulher que o negue”, conseguimos observar que existem estereótipos sobre a mulher, nomeadamente o de estar sempre a reclamar de tudo, apesar de no final, esta aceitar sempre as ordens que lhe são dadas. Para além disso, existem, também, referências machistas, como por exemplo na parte “(...) todas elas procuram um diabo que as carregue.”, insinuando que a mulher depende de um homem e que só consegue ter sucesso através do mesmo. Para finalizar, refere-se também ao facto da mulher ter que ser submissa a este.
# Homens e mulheres podem ser ricos e ter tudo a seus pés, não há ninguém que o negue, mas também não há nenhuma mulher que precise que um homem a carregue.
“Homem com fala de mulher nem o diabo o quer.”
O provérbio refere-se a um homem com uma voz afeminada como se ter uma voz de mulher ou feminina fosse algo mau e irritante ao ponto que nem o diabo quer ouvir um homem assim, como se as mulheres ao falar tivessem uma voz chata.
# Conteúdo revelante, tom de voz insignificante.
“As mulheres são como sapatos, sempre podem ser trocadas.”
Este provérbio é extremamente ofensivo, pois compara mulheres a objetos inanimados, reduzindo-as a meras mercadorias que podem ser substituídas à vontade. Ele reflete uma mentalidade sexista e desrespeitosa em relação às mulheres, perpetuando a ideia de que elas são descartáveis e têm pouco valor além da sua utilidade para os homens. As mulheres não são objetos a serem trocados conforme a conveniência ou o desejo dos outros! Elas são seres humanos com sentimentos, dignidade e autonomia. Compará-las a sapatos é profundamente desrespeitoso e mostra uma falta de consideração pela sua dignidade. No provérbio que transformamos comparamos as mulheres às estrelas, que são vistas como símbolos de beleza, fascínio e mistério no céu. Ao descrevermos as mulheres como "únicas e brilhantes", destacamos a sua individualidade e o seu potencial para brilhar de maneira única, assim como as estrelas. Comparamos também as mulheres aos diamantes, uma das gemas mais preciosas e desejadas. Os diamantes são conhecidos pela sua raridade, resistência e beleza incomparável. Ao fazermos esta comparação, sugerimos que as mulheres também possuem qualidades preciosas e únicas.
# As mulheres são como estrelas, únicas e brilhantes, tal como diamantes.
"Mulher honrada sempre deve ser calada! "
A escolha recaiu no provérbio original apresentado, por identificar a mulher à imagem de uma mentalidade retrógrada, dando valor à sua submissão e apagando a sua intervenção intelectual.Por este motivo, a alteração do provérbio justifica-se por ser necessário atualizar o retrato da mulher do século XXI, independente e cuja voz é ouvida e respeitada.
# Mulher honrada sempre deve ser escutada e valorizada!