Igualdade de Género

Votação - provérbio do mês de NOVEMBRO

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Divulgação dos 8 "provérbios" candidatos a dar a volta ao texto no dia 4 de dezembro!

vota no provérbio de noivembro

# Provérbios a votação (por ordem cronológica de chegada):
 

Avaliadas pelo juri, com base na originalidade e fundamentação apresentada, as 8 “novas” propostas que pretendem dar a volta ao texto a antigos provérbios, a votação, entre 4 e 8 de dezembro de 2023 são:

# Provérbios a votação (por ordem cronológica de chegada):

 

“À mulher, roca e ao marido, espada.”

Verifica-se com este provérbio a existência, clara, de tarefas destinadas às mulheres e tarefas destinadas aos homens. As atividades de guerra/política eram atribuídas aos homens, enquanto que as atividades domésticas estavam a cargo das mulheres. Quem lê este provérbio percebe que, atualmente, num mundo onde homens e mulheres trabalham em áreas semelhantes, não faz qualquer sentido.

# “Mulher e homem unidos a trabalhar e a cuidar, o mundo fazem girar.”

 

“Do homem a praça da mulher a casa.”

Este provérbio reflete a ideia de que o homem tem toda a liberdade para andar na rua e a mulher tem de ficar "presa" em casa, agarrada às tarefas domésticas. De acordo com este provérbio, a mulher fica confinada ao espaço da casa e só nesse local é que tem utilidade. Já o homem é totalmente livre e independente. É preciso acabar com esse preconceito porque tanto o homem como a mulher têm direito a frequentar os espaços que quiserem e onde se sentirem bem.

# "Na rua e na praça, o homem e a mulher merecem viver em graça!"

 

"À mulher casada o marido lhe basta."

Este provérbio defende a ideia de que uma mulher casada não precisa de amigos nem de ninguém para ser feliz. A mulher só se deve dedicar à vida familiar, ou seja, à vida de casa. Neste provérbio, são ignoradas as vontades, os desejos e os sonhos da mulher, como se o facto de ser casada, isto é, de ter um marido, fosse a maior alegria na vida de uma mulher. Ora, não é por ser casada que a mulher deve esquecer que existe e que também tem direito à sua individualidade. A felicidade da mulher não depende só de ter ou não um homem na sua vida. 

# "À mulher casada, o importante é ser amada e respeitada."

 

"As mulheres e os bifes quanto mais batidos melhores."

Este provérbio, na nossa opinião, incita à violência contra as mulheres, uma vez que se utiliza o verbo "bater". Ora, consideramos que urge uma reformulação desta expressão, pois vai contra os direitos universais de qualquer mulher, nomeadamente o direito à integridade física e moral. Além disso, a comparação com os bifes desvaloriza o género feminino e, segundo o nosso ponto de vista, indica que as mulheres mais "duras", devem levar pancada para se tornarem mais "tenras", ou seja, brandas, submissas, ingénuas sem voz, o que vai contra todos os ideiais previstos no quinto Objetivo para o Desenvolvimento Sustentável. Outra interpretação poderá passar pela ideia da mulher como um alimento para satisfazer as necessidades do homem.

# "Nada batido se quer: seja animal, homem ou mulher!"

 

“Mulher é como bolacha, pois em todo lugar se acha!”

Se através dos provérbios se transmite cultura e se molda a maneira de pensar, este tipo de provérbio incentiva à discriminação em relação à posição da mulher na sociedade.  Este tipo de provérbio retrata uma forma discriminatória de olhar para a mulher. É como se o facto de ser mulher a colocasse numa posição inferior à do homem. É uma frase que defende a superioridade e o privilégio dos homens. A frase utiliza uma comparação muito redutora da figura feminina, banaliza-a. As mulheres têm provado e comprovado a sua plena capacidade para assumir responsabilidades iguais ou superiores às dos homens, mas este tipo de ditados populares mantém o mesmo grau de preconceito, por isso propomos a sua alteração.

# “Mulher é mulher, no lugar que ela quiser!”

 

"Se o velho pudesse  E o novo quisesse  Não havia nada que não se fizesse!"

A primeira coisa que nos saltou à vista ao ler o provérbio foi o facto de estar escrito no masculino… o homem. Sempre o homem. Novo ou velho. Como se tudo deles dependesse. Sabemos que a História da Humanidade traz, desde o início, o traço da desigualdade, forjada por meio da subjugação e da exploração da mulher pelo homem, transformando as relações de género, afetivas e sociais, através de dispositivos de poder e de submissão. Esta reflexão sobre a questão da (des)igualdade de género fez-nos pensar sobre o quão importante é a tomada de consciência de todos e a reflexão sobre a necessidade e a responsabilidade de alterar comportamentos e ideias pré-concebidas. A mulher não é diferente, mas pode fazer a diferença!

# "Se a mulher pudesse  E o homem quisesse  Não havia igualdade que não se fizesse!"

 

"Entre marido e mulher não se mete a colher"

Este provérbio legitima a violência doméstica, isola a vítima e desresponsabiliza a sociedade. Deve ser reescrito, pois neste momento já consideramos a violência doméstica como um crime público. Na verdade, este ditado popular já não representa o espírito da lei, nem a maneira de pensar e viver do século XXI. Reconhecemos, contudo, que por vezes ainda é usado, sobretudo por pessoas que não se dão conta da dimensão do sofrimento e isolamento das vítimas. Uma vez que atravessamos uma fase de mudança de mentalidade, é necessário reforçar a noção de que a linguagem também deve ser objeto de reflexão.

# "Se há violência mete a colher, defende o marido, defende a mulher"

 

"Amor querido, amor batido"

Este provérbio incentiva à violência no relacionamento amoroso, considerando natural que haja agressividade entre pessoas que dizem sentir amor ou estarem enamoradas. Na sociedade atual, a violência doméstica e a violência no namoro assumem proporções assustadoras. Manifestações de amor não deixam marcas nem hematomas. O Amor não é compatível com agressões, humilhações, medo e dor, pelo que devemos dar a volta ao texto, no sentido de o provérbio apelar ao respeito, à liberdade e à tolerância no Amor.

# "Amor querido, Respeito devido"

 

Provérbio vencedor de novembro
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