Votação - provérbio do mês de JANEIRO
Avaliadas pelo juri, com base na originalidade e fundamentação apresentada, as “novas” propostas que pretendem dar a volta ao texto a antigos provérbios, a votação, entre 1 e 5 de fevereiro:
# Provérbios a votação (por ordem cronológica de chegada):
"Casa varrida e mulher penteada, parece bem e não custa nada"
Durante a realização de uma atividade, foram constatados estereótipos, alusivos à concretização de alguns dos afazeres apresentados (varrer a casa Versus utilizar as ferramentas). Estas ideias preconcebidas foram corroboradas, no momento em que as crianças foram questionadas acerca dos motivos que fundamentaram as suas escolhas: «elas é que varrem»; «o meu pai é que mexe nas ferramentas»; «elas não sabem mexer»;… Por conseguinte, foi realizado um debate, em prol da desconstrução de tais estereótipos, do qual surgiu a alteração do provérbio.
# "Casa onde varrem os dois parece bem e não custa a ninguém!"
“Brigas de namorados, amores dobrados.”
Devemos mudar este provérbio pois insinua que quantos mais conflitos e discussões houver, mais amor há na relação. Apesar de ser normal haver desentendimentos, estes não devem ser a base da mesma, e a sua existência não mede a quantidade de amor. Este provérbio promove a toxicidade e as discórdias entre namorados e por isso achamos que não deve ser utilizado.
# Respeito entre namorados, amores dobrados.
“Homem com fala de mulher, nem o diabo o quer.”
Os alunos consideram que o provérbio espelha que, quando um homem que apresenta qualidades/características femininas ou tome partido de uma mulher já não é visto como capaz ou valorizado na sociedade. Assim este provérbio desvaloriza quer a Mulher (pelas suas características femininas) quer o Homem (quando não corresponde ao ideal estereotipado de masculinidade).
# “Homem ou Mulher, fala e pensa como bem quer”
“À mulher brava, soga larga”
Este provérbio sugere que as mulheres, sobretudo as que são “bravas”, isto é, aquelas que, de uma forma exacerbada, expressam a sua opinião e reivindicam os seus direitos, devem ser controladas pelos homens com recurso à agressão, mediante o uso de uma corda grossa, com o intuito de infligir um sofrimento exemplar. A mulher “brava”, também sinónimo de mau feitio, foge ao “padrão” imposto pela sociedade, principalmente pelos homens, devendo ser calada ou “domada” de imediato, mesmo que seja necessário recorrer à violência. Evidencia-se, mais uma vez, uma atitude machista, em que a mulher deve manter-se submissa e oprimida e caso ouse contestar, deve ser imediatamente sufocada. Devemos todos contribuir para erradicar estes pensamentos e atos discriminatórios em relação às mulheres, rejeitando-os expressivamente e denunciando-os criminalmente.
# "Soga larga, nem para mulheres nem para animais; homens e mulheres com direitos iguais."
“Quem usa as calças lá em casa?”
Em tempos, apenas os homens usavam calças, as mulheres não tinham permissão/direito de as usarem. O facto de serem apenas os homens a usarem as calças e de serem, em tempos, donos das decisões e donos das mulheres, esta expressão leva-nos para um poder associado ao uso de calças e consequentemente aos homens. Este provérbio revela machismo e injustiça para as mulheres.
# "Quem veste as calças lá em casa? O homem se quiser, a mulher se decidir e ninguém pode impedir."
(Relembra-se que não são considerados pelo júri, de acordo com o ponto 16 do regulamento, provérbios originais (frase original), que já tenham sido alvo de distinção em meses anteriores, pela sua rescrita.)