A DGE esteve presente na sessão de abertura, tendo deixado algumas palavras aos promotores do evento e aos participantes no mesmo.
A DGE orgulha-se de ser parceira e de participar neste projeto desde o seu início, no ano letivo de 1996/97, fazendo parte da Comissão Nacional.
Este programa, ao encorajar o desenvolvimento de atividades, visando a melhoria do desempenho ambiental das escolas, contribui para a alteração de comportamentos e do impacto das preocupações ambientais nas diferentes gerações. Ao criar hábitos de participação e de cidadania, tendo como objetivo principal encontrar soluções que permitam melhorar a qualidade de vida na escola e na comunidade, vai ao encontro da Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania (ENEC), que integra um conjunto de direitos e deveres que devem estar presentes na formação cidadã das crianças e dos jovens portugueses, para que no futuro sejam adultos e adultas com uma conduta cívica que privilegie a igualdade nas relações interpessoais, a integração da diferença, o respeito pelos Direitos Humanos e a valorização de conceitos e valores de cidadania democrática.
Efetivamente, a crise global que atualmente se vive torna cada vez mais premente a promoção de um desenvolvimento que responda às necessidades do presente sem colocar em risco a satisfação das necessidades das gerações vindouras. Neste contexto, a Escola não se pode limitar a ser um mero espaço de transmissão de saberes académicos, de forma fragmentada e descontextualizada, tornando-se imperioso que se preocupe com a formação dos jovens enquanto cidadãos de pleno direito, preparando-os para o exercício de uma cidadania ativa, responsável e esclarecida face às problemáticas da sociedade civil. A educação ambiental é parte integrante da educação para a cidadania assumindo, pela sua característica eminentemente transversal, uma posição privilegiada na promoção de atitudes e valores, bem como no desenvolvimento de competências imprescindíveis para responder aos desafios da sociedade do século XXI.
A educação e a formação são alicerces fundamentais para o futuro das pessoas e do país. A aposta numa educação de qualidade para todos e todas exige uma intervenção que tenha em consideração os desafios colocados à educação, no quadro da sociedade atual. As questões relacionadas com a sustentabilidade, a interculturalidade, a igualdade, a identidade, a participação na vida democrática, a inovação e a criatividade estão, de facto, no cerne do debate atual. À escola, enquanto ambiente propício à aprendizagem e ao desenvolvimento de competências, onde alunos e alunas adquirem as múltiplas literacias que precisam de mobilizar, exige-se uma reconfiguração, a fim de responder às exigências destes tempos de imprevisibilidade e de mudanças aceleradas.
Ao nível da educação ambiental é de referir que a DGE incentiva o desenvolvimento de projetos de cariz ambiental nas escolas. Alguns são de iniciativa das próprias escolas, criando parcerias para o efeito, nomeadamente com a comunidade em que se inserem (autarquias ou organizações não-governamentais, por exemplo). Outros são promovidos por entidades especializadas ou vocacionadas para a educação ambiental/educação para o desenvolvimento sustentável, como é exemplo a Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), através de diversos projetos ambientais, nomeadamente o programa Eco-Escolas, o projeto Jovens Repórteres para o Ambiente e o projeto ECO XXI.
Os projetos desenvolvidos na área curricular de Cidadania e Desenvolvimento e outros projetos realizados na escola, como os relacionados com a Eco-Escolas, devem estar articulados com a Estratégia de Educação para a Cidadania da Escola e em consonância com o Projeto Educativo da Escola, devendo ser desenvolvidos, preferencialmente, em parceria com entidades da comunidade, podendo mesmo alargar-se a outras escolas numa perspetiva de trabalho em rede.
O programa Eco-Escolas pode e deve articular as suas atividades com outros programas ou projetos em desenvolvimento, numa lógica de Whole School Approach (Ex.: Projetos de Prevenção de Saúde, Projetos de Inovação e Empreendedorismo; Projetos de Educação do Consumidor; projeto Ciência Viva; Plano Nacional das Artes; Clube do Desporto Escolar: etc.).
Nesta lógica de que a educação de cada um é um trabalho de todos, a DGE integra o Grupo de Trabalho de Educação Ambiental para a Sustentabilidade (GTEAS), composto por representantes da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), da DGEstE e do Instituto da Conservação da Natureza.
Através deste grupo de trabalho (GTEAS) são colocados docentes em mobilidade estatutária em Organizações Não Governamentais, formando uma Rede de Professores Coordenadores de Projetos de Educação Ambiental.
Um agradecimento aos promotores do evento pelo trabalho complexo e não visível que permite estes importantes encontros e aos participantes nestes 8 painéis, que substituíram um fim de semana no aconchego do lar por este encontro que vai conseguir combater o frio deste inverno com o calor dos participantes nesta partilha de trabalhos, de saberes e de dúvidas, tão importante para o trabalho docente. Não esqueçam que Cidadania e Desenvolvimento é Currículo e que todos os professores são professores de Cidadania. Enquanto “construtores” de seres pensantes, trabalhamos para uma educação escolar em que os alunos desta geração global constroem e sedimentam uma cultura científica e artística de base humanista. Para tal, mobilizam valores e competências que lhes permitem intervir na vida e na história dos indivíduos e das sociedades, tomar decisões livres e fundamentadas sobre questões naturais, sociais e éticas, e dispor de uma capacidade de participação cívica, ativa, consciente e responsável.