No final do século XX, os/as jovens portugueses cresceram num contexto de mudanças profundas face a aprendizagens formais e informais sobre as questões relativas à sexualidade e por conseguinte face à sua educação sexual. A liberalização de costumes, a comunicação social, em particular com os jovens enquanto público-alvo, e a TV, incluem numa proporção cada vez maior, mensagens e temas de natureza sexual. Também, as próprias famílias, face a estas alterações do contexto social, não se podem escusar de abordar temas de natureza sexual. No seio familiar, pais mães, filhos/as e outros/as cuidadores/as, confrontam-se com mensagens sobre sexualidade que a comunicação social, amigos/as ou outros atores impregnam neste contexto, conduzindo a novas formas de socialização familiar.
Por outro lado, face também a situações emergentes relacionados com esta esfera, como a necessidade de prevenção face à SIDA e também a redução de situações de gravidez na adolescência, o Estado integrou, a educação sexual e a sexualidade nas suas políticas de saúde, de educação e de juventude. Os jovens puderam aceder a ações de informação/educação de aprendizagem formal no contexto da sala de aula ou noutros contextos, conduzindo a diferentes formas de interação entre jovens, com mudanças profundas na relação entre rapazes e raparigas com impacto na socialização entre pares.
Face a estes novos paradigmas de educação e socialização na área da sexualidade importa perceber a amplitude da mudança alcançada. Será que os jovens estão já suficientemente informados e a educação sexual é dispensável ou, quase nada ou muito pouco mudou, faltando à maioria dos/as jovens portugueses uma adequada educação sexual.
Estas questões estiveram assim na base do Estudo, que teve a participação da Associação para o Planeamento da Família, do Instituto de Ciências Sociais e do Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social da Universidade Lusíada, intitulado "A Educação Sexual dos Jovens Portugueses: Conhecimentos e Fontes" realizado entre 2019 e 2021, cujo objetivo foi identificar os conhecimentos dos/as jovens a frequentar o ensino secundário acerca da sexualidade e das práticas preventivas em saúde sexual e perceber o atual impacto da Educação Sexual Escolar, assim como de fontes de informação alternativas/complementares, sobre comportamentos sexuais e afetivos dos/as jovens.
A apresentação dos resultados do estudo, feita através de infografias, pode ser acedida aqui.
Fontes: