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A agricultura sustentável como forma de trabalhar a Estratégia Nacional de Educação Ambiental (ENEA)

A agricultura sustentável como forma de trabalhar a Estratégia Nacional de Educação Ambiental (ENEA)
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Promover o desenvolvimento de uma cidadania ambientalmente responsável e ativa, tendo em conta o quadro da ENEA - Estratégia Nacional de Educação Ambiental, tem sido o desafio do trabalho da docente destacada na organização não governamental de ambiente: SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves. Convicta de que a Escola é um laboratório vivo, porque ao “fazer, aprende-se”, será o meio por excelência para educar as gerações futuras para a importância da sustentabilidade. Como tal, o enfoque do trabalho neste ano letivo tem sido a formação de Docentes e Técnicos de Educação Ambiental, incidindo os temas sobre os três eixos temáticos da ENEA 2020: Descarbonizar a Sociedade; Tornar a Economia Circular e Valorizar o Território, tendo a Biodiversidade como “pano de fundo.

Está suficientemente documentado o impacto destrutivo da agricultura e pecuária intensivas na natureza, cuja dependência dos combustíveis fósseis e dos agroquímicos de síntese (fertilizantes e pesticidas) agrava a erosão/contaminação dos solos, incrementa a poluição atmosférica e da água, e é uma das causas principais da perda de biodiversidade na Europa. A docente, em linha com a posição da SPEA, acredita que o desenvolvimento da agricultura sustentável é um dos caminhos para a regeneração do planeta.

Existem várias formas de agricultura sustentável, uma das quais a permacultura (ie. cultura permanente). Descrita nos anos 70, por Bill Mollison e David Holmegren, engloba três princípios éticos: tratar das pessoas, tratar da terra e partilhar os excedentes. Baseia-se na observação dos padrões da natureza e na sua imitação: o modo como funciona, sem produzir resíduos (Economia Circular), dando prioridade ao fomento do solo, à diversidade de espécies, ao uso racional da água e à ausência de agrotóxicos e/ou combustíveis fósseis (Descarbonizar a Sociedade e Valorizar o Território), permitindo aos ecossistemas alcançar a comunidade climax. As ações de formação têm incidido na importância de reduzir os desperdícios, devido aos inúmeros impactos que os mesmos inferem ao nível dos ecossistemas, bem como na prática construtiva de cuidar do solo e de regenerar a biodiversidade, através de atividades práticas sobre hortas e charcos nas escolas, vermicompostagem e estruturas que fomentem a biodiversidade, nomeadamente comedouros para aves, hotéis de insetos, entre outros.  

De facto, trabalhar a montante, tanto no que se refere ao público-alvo - os docentes -  que constituem o grande veículo do saber junto das crianças e dos jovens em idade escolar - como no que concerne aos temas abarcados parece ser uma boa abordagem para promover a tão desejada mudança de mentalidades que se refletirá em atitudes diferenciadas e independentes das diretrizes políticas. O feedback dos formandos tem sido bastante positivo, sendo unânime o interesse e utilidade destes temas. Tem também sido apreciada a componente prática das ações de formação, o hands on que facilita a sua replicação nas escolas.

 

Teresa Oliveira (docente em mobilidade na SPEA)

teresa.oliveira@spea.pt

http://www.spea.pt/

 

agricultura sustentável
Pormenor de uma horta em permacultura – associação entre espécies num mesmo espaço -  e reuso de material de plástico para implementação (artesanal) de rega gota-a-gota.

 

comedouro aves
Construção de comedouro para aves, com recurso a material natural e/ou reutilizável.