Quando a ideia surgiu, o mundo era outro: ainda não havia a pandemia e a Rússia ainda não tinha invadido a Ucrânia. Entretanto o mundo mudou e a ideia manteve-se porque é essencial perceber, junto dos mais novos, para que serve a democracia.
Democracia para que te quero? "A democracia, queremos sobretudo para dar voz às nossas ideias e aos nossos problemas, aos nossos projetos, para participarmos. Para podermos limitar quem nos governa e mostrar que estamos sempre com atenção. O governo faz-se para os cidadãos e não o contrário", defende Mónica Dias, docente na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa.
No arranque do debate, duas alunas, Maria Neves e Lara Vieira, expressaram opiniões diferentes sobre o tipo de debate que mais convém à nossa sociedade. Por um lado, Maria Neves, porta-voz do Grupo A, optou pelo Estado liberal. Porquê?
"Defendo o Estado liberal, portanto, garantir muito mais a autonomia e garantir as liberdades de cada indivíduo ao invés de garantir inicialmente o bem social. Porque no fundo, um Estado social vai estar sempre com a sombra do Estado, a figura paternal. No entanto, o Estado liberal defende muito mais que a responsabilidade social é a que melhor protege", explica a estudante de Torres Novas.
Por outro lado, Lara Vieira, porta-voz do Grupo B, defende o Estado previdência. "Um Estado mais intervencionista, tanto na economia como na garantia dos serviços básicos, como Saúde, Educação, Segurança Social. Acredito que o Estado providência seja o melhor para governar uma vez que garante salários mínimos e também horários máximos de trabalho."
A partir daqui, Maria Neves e Lara Vieira, com visões opostas, tentaram esmiuçar algumas das medidas que caracterizam cada um dos modelos que defendem, passando pelos impostos sobre os rendimentos, escalões do IRS, o apoio a desempregados, rendimento social de inserção, salário mínimo nacional, etc.
"Democracia para que te quero?" é uma iniciativa conjunta da TSF e do Ministério da Educação. São oito programas com moderação de Ricardo Alexandre e com a participação de Mónica Dias, docente da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica.